quarta-feira, 29 de abril de 2009

Parábolas do Reino

Mateus 13:24-30; 36-43

Quem gosta de ter seus planos frustrados? Trabalhar por um objetivo e então ver todo o esforço cair por terra? Como você reagiria diante de uma pessoa que quis estragar seus planos? Anos atrás paises ricos criaram pragas em laboratórios para frustrar o crescimento de paises em desenvolvimento.
Desde que Deus criou o mundo, o seu inimigo tem tentado frustrar os seus planos. O diabo criou suas pragas com as quais tenta infectar e destruir a plantação de Deus. Jesus ilustra essa verdade com a parábola do joio do campo.

A parábola

Um homem plantou um campo. A técnica bastante rústica consistia em sulcar a terra com um arado manual puxado por animais. O trabalho era esgotante, pois precisava de força e concentração. Com uma das mãos o agricultor segurava o arado com a outra ele segurava uma vara, aguilhão, para estimular o animal a andar e tirar do caminho do arado as pedras. Alguns campos precisavam ser adubados com esterco. Depois ele semeava manualmente cada semente nas respectivas covas. Agora era depender das chuvas.

O cereal escolhido pelo agricultor foi o trigo. Um cereal grandemente importante na alimentação da humanidade. Fazia parte da dieta dos judeus (Juizes 6:11; Rt 2:23; 2Sm 4:6); a colheita do trigo era empregada como ponto de referência do calendário (Gn 3:14; 1 Sm 6:13; 12:17). Como alimento era símbolo da bondade e da provisão de Deus (Sl 81:16; 147:14). Era usado como oferta de cereias no culto do templo (Ed 6:9; 7:22). Jesus usa a semente do trigo como símbolo da sua morte para dar vida a outros (Jo 12:24).

O inimigo semeou joio no campo. Lolium temulentum, tipicamente conhecida como joio (ou cizânia), é uma planta anual pertencente à família Poaceae e ao gênero Lolium. De talo rígido, pode crescer até 1 metro de altura, com inflorescências na espiga e grão de cor violeta. Usualmente cresce nas mesmas zonas produtoras de trigo e se considera uma erva daninha desse cultivo. A semelhança entre essas duas plantas é tão grande, que em algumas regiões costuma-se denominar o joio como "falso trigo". Pode ser venenosa e uma pequena quantidade de joio colhida e processada junto ao trigo pode comprometer a qualidade do produto obtido. Portanto, vem daí a famosa expressão bíblica "é preciso separar o joio do trigo", que virou ditado popular.

Cada erva dá o seu fruto. Quando o trigo começa a ficar dourado, ao seu lado o joio fica violeta. Logo, são percebidos pelos seus frutos, apesar de serem parecidos, os frutos denunciam a procedência de cada um, V. 26. Os servos queriam arrancar o plantio, 27-28. O senhor prefere esperar a colheita, 29-30. Seria um grande prejuízo, tentar escolher ou separar o joio do trigo, haja visto a grande semelhança. Assim é melhor deixar a praga viver no meio do trigo, ser alimentanda do adubo, da água, do cuidado contra os gafanhotos, etc que os servos dariam, do que tentar arrancar um e danificar o outro.

Na colheita, o trigo era, logo, separado do joio. Era recolhido no celeiro, depois de ter sido joeirado, i.e. colocado num terreno limpo e amassado com um peso para separar da palha, e finalmente ensacado e guardado em silos ou celeiros.

Era feito uma grande fogueira para queimar o joio. Representava uma dupla alegria para o senhor e os servos: a) a colheita tinha sido um sucesso, apesar dos obstáculos, eles tinham trigo em seus celeiros; b) o plano do seu inimigo não deu certo. Assim era gratificante arrancar aquelas ervas daninhas e lança-las ao fogo.

A explicação da parábola

Os filhos do reino serão separados na consumação dos séculos.

E quem são os filhos do reino?

Os filhos do reino FORAM LANÇADOS NO MUNDO.

O semeador é o filho do homem – v 37 – Deus é descrito como um semeador, um agricultor. Nenhum agricultor, em sã consciência, iria plantar ervas danosas na sua roça de milho, arroz, feijão, cebola. V. 24 “um homem semeou boa semente”. Deus também plantou uma roça de coisas boas, mas o diabo confundiu esse roçado – Ec 7:29 “Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias”.

O campo é o mundo – v 38a. O campo não é a igreja, mas o mundo. A parábola não é sobre a igreja, mas sobre o reino, o governo geral de Deus. Ele não é o rei apenas na igreja, mas no mundo todo. Mesmo depois do pecado, esse mundo continua sendo de Deus. Apesar de ter sido contaminado com o pecado. Estragar a plantação do homem não o fez desistir da sua roça. Todos moramos no mundo de Deus; achar que podemos fazer o que queremos é imprudência e vai custar caro.

A boa semente são os filhos do reino – v 38b. É o que traz alegria e esperança ao agricultor; no Salmo 126;6 “quem sai andando e chorando enquanto semeia, voltará com júbilo trazendo seus feixes”. Os crentes são a alegria de Deus nessa grande roça.

Os filhos do reino FORAM LANÇADOS JUNTOS COM OS FILHOS DO MALIGNO.

O joio são os filhos do maligno – v 38c. O joio e o trigo são parecidos, mas inconfundíveis: pelo fruto os conhecereis – Mt 7:16 – o trigo produz grãos, o joio sementes sem valor. Tanto o joio como o trigo tiram do mesmo campo os nutrientes essenciais para sua existência. Os filhos do reino e do maligno compartilham coisas semelhantes (ar, comida, estradas, bairros, fábricas, escolas, mercados, lojas, sol, chuva), mas são duas pessoas opostos espiritualmente – 2 Coríntios 6:14-16. Os filhos do maligno podem imitar, mas jamais poderão produzir a retidão dos verdadeiros crentes. São tratados como “escândalos” e “praticantes da iniqüidade”. O inimigo é o diabo – v 39a. O diabo reproduz seus filhos para confundi-los com os filhos do reino – João 8:44; 1 João 3:8 “aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio”. Desde a queda do diabo, a sua satisfação é tentar frustrar os planos de Deus. Os seus filhos são cooperadores nessa tentativa.

Os filhos do reino RECEBERÃO LUGARES DIFERENTES.

A colheita é a consumação dos séculos – v 39b. O fim desta era pecaminosa. A revelação da nova era iniciada por Cristo na sua morte e ressurreição. Os ceifeiros são os anjos – v 39c – assim como Lázaro foi levado por anjos ao seio de Abraão – Lc 16:22 – nós seremos no final das eras. Jesus compara essa separação como o pastor que separa os cabritos das ovelhas – Mateus 25:32. O trigo será recolhido no celeiro – v 30c cf. Mateus 3:11-12. Os filhos do reino são chamados “justos”. Os justos resplandecerão como sol. O joio será queimado em fogo inextinguível – v 30, 42.

Postado por Francimar Lima

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