segunda-feira, 28 de junho de 2010

De lamentação para celebração

O plano de Hamã.

No primeiro mês, nisã, no ano 12 do rei assuero, Hamã lançou sorte, i.e. pur. Na cultura e religião persa havia algumas datas consideradas de mau agouro, e se algum projeto fosse feito para tal data, era possível que não desse certo. Assim Hamã lançou sorte para escolher a data que os deuses queriam para o seu projeto. Depois de lançada sorte e escolhida a data, dia 13 do mês de Adar que é o primeiro mês (3:12,13).

A tática de Hamã para convencer e ludibriar o rei foi dizer-lhe que os judeus eram contrários as leis dos medos e persas, e descumpriam as ordens do rei. Além disso, era fácil extermina-los. Batava o rei aprovar que o serviço sujo seria feito por Hamã. Ele convocaria mercenários para o serviço e do despojo faria que 10 mil talentos de prata, i.e. 342,720 kg de prata entraria no tesouro real. O rei tirou do dedo o seu anel, que era o carimbo para acordos e editos, e o deu ao agagita.

Os correios começaram a espalhar o edito do rei, no qual, naquela data macabra todos os judeus deveriam ser exterminados.

O lamento de Mordecai.

Quando mordecai soube disso lamentou de modo usual aos orientais, rasgou as suas vestes, cobriu de pano de saco e de cinza, e clamou com grande e amargo clamor.

A noticia era chegada nas demais cidades e o mesmo lamento era feito. O sofrimento uniu judeus que nunca tinham se visto, mas que oravam, jejuavam e lamentavam pela mesma causa.

Mordecai fez a rainha saber das ultimas notícias através de Hataque, um dos eunucos. A rainha vivia em sua casa e não tinha contato com as coisas que se passavam na cidade. Quando soube do edito do rei, portanto ficou alarmada.

Havia naquela cultura o costume de só aparecer na presença do rei quando no seu palácio em audiência se for chamado por ele ou se o rei abaixasse o seu cetro, o contrario disso era pago com a própria vida. Ester teve medo de quebrar esse protocolo, pois fazia 30 dias que ela não via o marido.

Contudo, mordecai lembra o valor de Ester: quem sabe se para conjuntura como esta é que foste elevada a rainha? Ou seja, será que Deus não te colocou nesse posto tão elevado sem qualquer merecimento para abençoar a vida do teu povo?

Ester responde valorosamente: orem, jejuem por que daqui a três dias falarei com o rei, se perecer, pereci.

O segundo banquete de Ester.

A rainha demonstra muita determinação, pois em jejum foi capaz de arranjar um grande banquete para o rei. O monarca estava na sua grande sala real, reunido com escribas que copiavam suas palavras, príncipes, nobres, e estrangeiros, quando de repente as portas são escancaradas e uma jovem mulher entra causando espanto e admiração em todos. Qual seria a reação do rei? O aconteceria com essa intrometida, alcançaria o favor do rei?

Ester parou e esperou a sentença do rei. Se ele baixasse o cetro seria o fim de Ester e de todo seu povo. Porém, a rainha achou graça e o rei estendeu o seu cetro para que ela segurasse, mostrando para todos que estava à salvo.

Assuero pergunta o que ela deseja, Ester responde, a presença dele e de Hamã em um grande banquete naquela noite. Ester prefere esperar o momento oportuno.

Hamã saiu jubiloso, pois dentre tantos, a rainha convidou somente ele. No decorrer do banquete o rei perguntou qual o pedido de Ester ao que respondeu que diria no próximo dia, caso o rei viesse novamente com Hamã. Novamente saiu Hamã felicíssimo, Mas sua alegre se torna em tristeza ao sair e dar de cara com mordecai ereto e rijo diante dele. Ao chegar em casa sua mulher o aconselha a fazer uma forca e pedir ao rei mordecai para o enforcar. Ele não espera amanhecer e volta ao palácio.

Enquanto isso no palácio, o rei estava com insônia, talvez preocupado com o que a esposa iria pedir; pede ao escriba que leia suas crônicas, seu diário, e lá ouve de mordecai que salvou sua vida. Nisso, Hamã é chamado a presença do rei para lhe dar um conselho: o que fazer com alguém que o rei agrada fazer. Hamã pensa que o rei faria com ele. E diz: traga as vestes reais, que o rei costuma usar em publico e o cavalo em que o rei costuma andar, e tenha na cabeça a coroa real. Escolha um mais ilustre príncipe que vai na frente dizendo: assim aconteça ao homem a quem o rei deseja agradar.

No outro dia fez o que aconselhou ao rei. Depois voltou para casa envergonhado. Mas logo teve que segurar sua humilhação, pois os eunucos da rainha chegaram e o levaram para mais um dia de banquete.

No segundo dia o rei pergunta novamente a rainha qual o seu pedido e garante que até que seja metade do seu reino seria capaz de dá-lhe. Ester pede somente sua vida e a do seu povo. O rei fica confuso com o pedido. A rainha explica: Porque fomos vendidos, eu e o meu povo, para nos destruírem, matarem e aniquilarem de vez. O rei pergunta: quem foi arquiteto de um plano desses? Ester responde: este mau hamã.

O rei sai enfurecido da mesa e vai refletir no jardim. Quando volta encontra Hamã nos pés de Ester. Assuero entende que Hamã esta forçado Ester a voltar atrás, no mesmo instante Harbona, um dos eunucos, menciona que Hamã tinha feito uma forca para enforcar um dos súditos leais do rei, mordecai. Enforcai-o nela, disse o rei.

A salvação dos judeus.

Ester suplica que o rei revogue a lei sancionada, mas pelos costumes dos medos e persas nenhuma lei poderia ser revogada, nem pelo próprio rei. Ester se apodera da sua casa e bens, e Mordecai assume o posto de Hamã e rei o nomeia segundo no reino. Mordecai convoca todos os secretários do rei, para escrever uma carta e promulgar um edito: dia 23 de sivã, o terceiro mês. Todos os judeus poderiam se defender, faltava apenas 9 meses.

Quando o povo recebeu essa noticia houve uma grande aclamação de alegria, regozijo, festa e banquetes. Mordecai providenciou para que os judeus se preparassem para o motim, ou qualquer tipo de revolta daqueles que tentassem aniquilar os judeus.

No dia determinado, 13.12, os judeus começaram a travar uma batalha sangrenta contra aqueles que queriam saquear suas casas e aniquilar suas famílias. Em Susã os 10 filhos de Hamã foram mortos, mais 500 homens. Ao todo, mataram os judeus 75 mil dos que os odiavam e tramaram a sua morte. Ester pediu que desse um feriado para os judeus no dia 14 fazerem banquetes e comemorarem a vitória contra os inimigos.

A festa do purim.

Assim ficou determinado no calendário judaico que no dia 13 e 14 de Adar que é o ultimo mês, os judeus deveriam comemorar a festa do purim, i.e. das sortes, pois nesse dia foi lançado sorte para exterminar o povo, mas Deus transformou a desgraça em alegria e celebração.

Essa festa deveria ser comemorada sempre e para as futuras gerações. Até o dia de hoje.

Lições de Ester: como ser uma benção num mundo hostil.

  1. Acreditar que somos parte do plano de Deus - 4:13-14.
    1. Há pessoas que se acham o centro de tudo, família, do trabalho, da comunidade, da igreja, etc. No entanto, se esta pessoa morrer a vida vai continuar seu rumo.
    2. Ester nos ensina que somos apenas parte da conjuntura. Apesar de ser uma rainha dum grande império, ela continuava sendo apenas uma parte pequena do grande mosaico de Deus.
    3. Somos apenas peças na engrenagem da vida. Na família somos um membro, na igreja uma célular, no trabalho um funcionário. O que vale e importa é o todo.

  1. Reconhecer que quanto maior a posição maior a responsabilidade – 7:3-4.
    1. Humanamente falando a única maneira de evitar a chacina era alguém com tanto apreço falasse com o rei; ninguém, além da esposa, tinha tanto respeito ante o monarca.
    2. Deus escolheu Ester para Rainha, não apenas para a felicidade pessoal dela, mas para ser uma benção na vida do seu povo.
    3. Ainda hoje Deus espera essa atitude dos seus servos. Coloca-nos em posição privilegiada para podermos abençoar outros.

  1. Entender que quanto maior preço maior a recompensa – 9:15-17.
    1. Mordecai pagou um preço alto, não se inclinando perante Hamã; além disso, insistiu com Ester para se apresentar ao rei, imagine a consciência de Mordecai em entregar sua filha na cova dos leões.
    2. Os judeus pagaram o preço de jejuar, orar e lamentar.
    3. Ester pagou um preço alto e arriscado em se apresentar perante o rei, em falar com audácia sobre a sua origem e o plano maligno de Hamã.
    4. Como somos diante das injustiças, desigualdades, e pecados contra nossos semelhantes? Nos calamos ou pagamos o preço.

  1. Esperar a honra de Deus.
    1. Ester tinha as frustrações para ser uma menina rebelde e descrente: sem pai ou mãe, refugiada, pobre. Contudo, mostrou integridade, bom caráter, fé, sensibilidade, discrição. Não era uma interesseira diante da oportunidade de ganhar o concurso, ou no momento de se ataviar com o tesouro real.
    2. Assim também mordecai que foi até mesmo honrado por aquele que tramava sua morte.

Pr. Francimar Lima

Casa Nova, Ba

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