quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A tróica impetuosa

Meus amigos sabem o quanto aprecio Dostoiévsvi. O Primeiro livro que li foi o clássico “os irmãos Karamazov” (quase que não termino!). A trama se desenvolve a partir de um parricídio. Enquanto os personagens vão se revelando, o autor aproveita para descrever a imunda sociedade de sua época bem como universalizar a maldade do coração humano. No final do romance acontece um júri, onde o promotor de justiça, Ipolit Kirilovitch, faz a sentença mais importante de todo o enredo: “Por que motivos reagimos com tanta debilidade ante semelhantes fenômenos (i.e. o parricídio), que nos pressagiam um porvir tão sombrio? Deve-se atribuir esta indiferença ao cinismo, ao esgotamento precoce da razão e da imaginação de nossa sociedade, tão jovem ainda, mas tão precocemente debilitada, à confusão de nossos princípios morais ou à ausência total destes mesmos princípios? ... um grande escritor da época precedente compara a Rússia a uma fogosa tróica que avança para um ponto desconhecido.”

Os questionamentos do autor sobre a moralidade (ou a falta dela) da sociedade russa bem como a figura da tróica (ou seja, uma carruagem puxada por três cavalos) ilustram vividamente a situação do mundo moderno. Somos, diariamente, bombardeados com notícias de crimes horripilantes, de crianças molestadas, de desastres ambientais propositados, de corrupção ativa na política e em todos os setores da sociedade, o que pode-se concluir disso tudo é a precisão com que o autor chama a humanidade de “fogosa tróica que avança para um ponto desconhecido”. Acertadamente não sabemos para onde vamos!

O salmista confirma Dostoievski quando afirma: “O Senhor olha do céu para os filhos dos homens, para ver se há alguém que tenha entendimento, que busque a Deus. Todos se desviaram e juntos se corromperam; não há quem faça o bem, não há um sequer.” Está mais do que na hora da humanidade voltar os olhos para o céu e pedir ajuda do Todo Poderoso: “buscai o Senhor enquanto se pode achar”. Faça a sua busca pessoal por Deus; não começe um novo ano sem antes rogar ao eterno a sua graça e pedir que ajude a humanidade a encontrar o caminho de casa.

Deus abençoe sua vida e dê ao seu coração a paz e sede por Ele.

Pastor Francimar Lima

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