Fides et ratio
Os dois rios da única nascente
percorrem o leito da existência,
provêm da Divina Sapiência,
e transcendem do solo imanente.
Tem o Ratio o Ato à sua frente,
já o Fides se lança na Potência,
mas em sua infinita confluência,
querem os rios a luz cognoscente.
Caminham anelando o mar do ser,
para nele sua ânsia desaguar,
esta ânsia divina de saber.
Querem os rios verdade encontrar,
e no achar nova busca há de ter,
pois tão denso e infinito é esse Mar.
Belém-PA, agosto de 2007.
Filosofia da fé
No homem, a fagulha projetiva,
Não descansa seu lume reluzente,
Firme está a Potência em sua mente
E na senda imortal à alma aviva.
Essa ânsia ontológica está no Ente,
Em sua busca da aurora progressiva,
Como força que a essência reativa,
E edifica o sentido no ausente.
Pela fé é possível ver o ser,
Descansando em repouso essencial,
Tão longíncuo e embebido de não-ser.
A síntese do Assombro e do real,
Que Deus quis ao homem oferecer
Pra guiar-lhe na busca perenal.
Mauriti-CE, abril de 2008.
O filósofo em busca de Deus
Em sua busca do lume secular,
Percorrendo a insólita caminhada,
A essência do Tudo e o fim do Nada,
Deseja o filósofo encontrar.
Rejeitando a razão petrificada,
E rompendo o descanso tumular,
No Assombro deseja mergulhar,
E ver a resposta ao fim da estrada.
Ao encontrar a Coluna Essencial,
Contemplara Potência Inefável,
Descansa o filósofo no imortal.
Compreende o Mistério impenetrável,
Mesmo que essa busca, ao seu final,
Revele somente o inexplicável.
Teresina-PI, abril de 2008.
Postado por J. Marques
sexta-feira, 2 de maio de 2008
TRÊS SONETOS SOBRE RAZÃO E FÉ
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