terça-feira, 21 de outubro de 2008

A Justiça de Deus em Habacuque

O que pensamos sobre Deus quando uma série de injustiças acontece? Por que existe tanta corrupção em nosso país? Por que Deus não intervém nesta situação? Deus não está vendo a impunidade crescendo? Por que Deus não intervém na violência que há no Rio de Janeiro? Onde está Deus? Ele não vê tudo isto?

O profeta Habacuque, há mais de 2600 anos atrás, já tinha na ponta da língua estas perguntas. Onde está Deus para julgar a maldade, injustiças e corrupção? Por que Ele, que é justo, não julga a nação de Judá pelo seu pecado?
Texto: Hc.1:1-4 O oráculo que o profeta Habacuque viu. Até quando Senhor, clamarei eu, e tu não escutarás? ou gritarei a ti: Violência! e não salvarás? Por que razão me fazes ver a iniqüidade, e a opressão? Pois a destruição e a violência estão diante de mim; há também contendas, e o litígio é suscitado. Por esta causa a lei se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta; porque o ímpio cerca o justo, de sorte que a justiça é pervertida.”

Habacuque, primeiro queixa-se da demora de Deus em ouvi-lo. (vs.2- “Até quando...?”) Nesta queixa, ele mostra que a violência é notória. Por que Deus não intervém em socorro ao seu profeta quando este clamar em meio a tanta violência?
Sua queixa é: por que Deus não o poupa de tanta opressão, destruição, contendas e litígio, agindo justamente contra os responsáveis por estes males? (vs.3 )

O profeta se queixa também do aumento da pecaminosidade por causa do enfraquecimento da lei, tendo em vista a justiça não prevalecer em seus dias. “A justiça nunca se manifesta”. Se a justiça não vence, os homens continuarão a cometer injustiças, pois nada poderá detê-los. Podemos entender isto quando vemos alguém realmente culpado por um delito sendo inocentado pelo que deveria ser justiça. Quanta decepção sentimos quando vemos políticos verdadeiramente corruptos não serem condenados pelos seus atos. Quando os demais políticos virem que a justiça não lhes alcança, a corrupção se torna ainda pior, e o país num caos total.
Será que Deus não julga as injustiças? Como pode um Deus justo permitir a injustiça?

I - Habacuque lamenta que seu Deus justo não castiga o pecado em Judá.

Será que Deus não castiga mesmo todo pecado? Deixaria Deus o seu profeta duvidando de Sua justiça?

II - Deus responde à queixa do profeta, afirmando que punirá, através dos babilônios, os pecados de seu povo (1:5-6). (Deus fará justiça a Judá através dos babilônios )

Esta obra divina parecerá impossível para muitos- “...vós não crereis, quando vos for contada”
Deus, como Soberano, levanta e abate as nações (vs.6). Todas estão sob o seu governo. Os caldeus serão a vara da disciplina de Deus ao Seu povo.

Habacuque reconhece a soberania divina (1:12 ), mas não entende outra coisa:

III- Como um Deus justo usa a Babilônia ímpia e ateísta, para punir uma nação mais justa, como Judá? (vs. 13). “...por que, pois, toleras os que procedem perfidamente e te calas quando o perverso devora aquele que é mais justo do que ele?”

Diferente de sua impaciência na primeira pergunta, Habacuque agora espera diligentemente, como um vigia, pela resposta divina ( 2:1).

Deus responde ao profeta, dizendo que (IV) os Babilônios também serão punidos pelos seus pecados 2:2-5. Esta era uma promessa divina, na qual deveriam confiar todos aqueles que a lessem (vs.2-4). “...mas o justo viverá pela sua fé.” (vs.4b)

Cinco “ais”, ou juízos, são pronunciados contra a Babilônia (6-19).

- Ela é condenada por acumular riquezas que não são suas (7, 9).
- Também é condenada pela libertinagem, ou seja, o modo imoral de usufruir da liberdade (15)
- Por último, os caldeus são condenados pela sua idolatria (18-19).
- A mensagem de Habacuque servia de alerta para seus ouvintes em Judá, pois muitos estavam vivendo infielmente, em arrogância e soberba e todo tipo de pecado. Lembre-se que esta foi sua primeira queixa.

- Depois de ouvir a resposta de Deus, o profeta que outrora estava angustiado de ver tantos pecados em sua nação, agora está alarmado em saber que o seu Deus há de intervir naquilo tudo, de uma forma que estava, em primeira instância, distante de sua compreensão. Habacuque ora ao SENHOR, pedindo-lhe mais uma vez que, como na peregrinação dos filhos de Israel pelo deserto, mostre os Seus maravilhosos feitos contra seus inimigos. O profeta vai aguardar em silêncio pelo dia de juízo que virá contra os babilônios (3:16).

- Nesta oração, Habacuque demonstra a sua fé e alegria no SENHOR, quando declara que ainda que as circunstâncias sejam desfavoráveis, ele continuará exultando no Deus de sua salvação.

O que este pequeno livro pode nos ensinar? Grandes lições!

° O diário de Habacuque nos ensina que Deus está atuante na sua criação. Ele não está de olhos fechados para as injustiças que ocorrem. Como um Deus justo, Ele preparou, da sua forma, um meio para punir todos quantos vivem em pecado. Com isto, não há necessidade de desespero quando vemos injustiças, nem muito menos de descrença na atuação divina.

° A segunda lição que este livro nos dá é que devemos ter cuidado com a forma como andamos. Nem os pecados de Judá e nem os da Babilônia passaram despercebidos diante de Deus. Ambos foram punidos. Quando pecamos, devemos buscar o arrependimento e andar em fidelidade com Deus.

° Por fim, aprendemos com Habacuque que, apesar das circunstâncias desfavoráveis, o justo- o que vive pela fé- pode alegrar-se no Deus de sua Salvação (3:18). Da próxima vez que se encontrar em dificuldades, lembre-se desta verdade.

Conclusão: Quem poderia imaginar que um livro de nome tão estranho, Habacuque, pudesse responder a uma pergunta tão conhecida? Deus pune todos quantos vivem na prática do pecado, independentemente do tempo e da forma empregada. Duvida disto? Então, continue vivendo na prática do pecado, e mais cedo ou mais tarde, de uma forma ou de outra, experimentarás a justiça divina.


Postado por José Roberto

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