terça-feira, 28 de outubro de 2008

ORAÇÃO E MISSÕES: Tornando a Oração um Meio Eficaz de Fazer Missões - Parte 1

E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades. Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor. E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara. Mateus 9.35-38

INTRODUÇÃO

Tem sido dito que os três principais meios de fazer missões, conhecidos praticamente em todos os lugares onde o cristianismo tem se estabelecido, são: “ir”, “dar” e “orar”. A grande maioria dos cristãos diz que não tem o chamado de Deus para estar na linha de frente da batalha, ou seja, para “ir” pessoalmente ao campo missionário. Uma boa parte alega que não é munida de recursos financeiros suficientes para “contribuir” com a obra de missões. E muitos se apegam ao meio, segundo eles, mais acessível de fazer missões, que é a “oração”. Fazendo o caminho contrário pode-se dizer que, muitos decidem “orar”, poucos querem “dar”, e a minoria se dispõe a “ir”.

Mas, infelizmente, mesmo que se diz que muitos decidem orar, esta ainda não é a realidade. Pois, atualmente, a falta de oração como um meio de fazer missões tem sido uma das principais causas do fracasso missionário. Durante a história da igreja, a oração serviu de base para muitos avivamentos. E segundo o ensino de Cristo e dos apóstolos, a oração pode ser um meio eficaz de fazer missões. Através de algumas etapas, observe como, então, tornar a oração um meio eficaz de fazer missões.


ORANDO POR OBREIROS

Em Mateus 9.38 (também em Lucas 10.2) encontra-se a mais conhecida e famosa expressão que relaciona a oração com a obra missionária (Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara). É importante considerar alguns detalhes deste texto e de seu contexto para sua melhor compreensão. Chama a atenção de qualquer leitor, o fato de Cristo ter se dirigido a seus discípulos com tanta veemência e preocupação, para que eles rogassem por trabalhadores.

Sua preocupação é demonstrada, primeiramente, por ele falar em tom de ordem. A expressão “rogai” usada no texto, por ser um imperativo, indica uma ordem a ser obedecida, uma ordem dada de Senhor para servo, e de Mestre para discípulo. É demonstrada também, pelo significado e a idéia que a expressão “rogai” carrega, que indica uma súplica, uma petição feita por uma pessoa movida por um senso de profunda necessidade.

Jesus demonstra tamanha preocupação, por causa da compaixão, que Ele estava sentido pelas pessoas que via nas cidades e povoados, por onde passava, “ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades”. A palavra compaixão indica que Jesus ficou tão emocionado com a situação daquelas pessoas, que as suas entranhas se moveram.

O porquê da compaixão de Jesus é fornecido pelo próprio texto. Ele se compadece por ver que aquelas pessoas “estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor”. Cristo descreve a situação daquelas pessoas, através de uma ilustração tirada do contexto rural. Ele as compara a ovelhas que se dispersam e se perdem do rebanho, e por estarem perdidas e sem a presença do seu pastor, ficam aflitas, e a sua aflição faz com que elas percam o sentido de direção, e fiquem cada vez mais perdidas e distantes do rebanho, e as muitas tentativas de voltar, perdendo-se mais ainda, por causa da aflição, resulta em exaustão, que faz com que elas se lancem ao chão, profundamente desesperadas e sem esperança. Com esta descrição, Cristo mostra que a maior necessidade daquelas pessoas não era cura, integração social, acabar com a fome, e etc., mas, a salvação. Geralmente, Cristo usa a ilustração da relação entre ovelha e pastor ou vice versa, para falar de salvação, e neste caso, da necessidade de salvação.

É importante, neste ponto, voltar à ordem dada por Cristo a seus discípulos. Como foi dito, a palavra “rogai” expressa a idéia de clamar, ou orar com súplicas insistentes em caráter de urgência. A ilustração que Cristo usa ao dar a ordem revela o porquê da urgência. Esta ilustração é diferente, mas, o contexto e o propósito são iguais aos da anterior, que mostra a necessidade das pessoas terem um relacionamento de salvação com Deus. Contudo, esta última ilustração acrescenta a informação de que os obreiros sãos os meios pelos quais estas pessoas podem ter esse relacionamento com Deus. É exatamente neste ponto que estar a urgência que Cristo exige de seus discípulos, ao orar por obreiros. Observe os motivos porque este ponto revela urgência.

Primeiramente, porque a seara é grande. Antes mesmo de ordenar a oração urgente, Cristo declara que a seara é grande, na verdade, a expressão “pois” usada logo em seguida à expressão “Rogai” (Rogai, pois...), indica que a ordem é uma conseqüência da declaração de que a seara é grande, dita anteriormente. Quanto maior a seara, maior é a necessidade, e quanto maior a necessidade, maior a urgência.

Além disso, Jesus mostra que, a quantidade de trabalhadores é incompatível com o tamanho da seara. E, portanto, para que os frutos da seara cheguem urgentemente ao Senhor é necessário uma quantidade maior de trabalhadores. A quantidade de pessoas perdidas neste mundo é muito maior do que a quantidade de obreiros pregando o evangelho. E o único meio pelo qual estas pessoas podem desenvolver um relacionamento de salvação com Deus é por meio do evangelho, pregado pelos obreiros. Deus é quem, na verdade, envia os obreiros à seara, por isso, deve-se rogar em caráter de urgência para que ele mande mais obreiros para a sua seara.

O mundo estar perdido, o mundo precisa de Deus, o mundo só pode ter a Deus através do evangelho, o evangelho só pode chegar ao mundo através da pregação dos obreiros, os obreiros só podem pregar se forem enviados (Rm 10:15), só Deus pode enviá-los, mas todos podem rogar para que Deus os envie. Por esta causa, a oração é um meio eficaz de fazer missões.

Entretanto, há muitos cristãos, que não estão dispostos a “ir”, não desejam “contribuir”, e nem se dedicam a “orar”. E, a causa desta falta de envolvimento com a obra missionária dar-se pelos três seguintes motivos: (1) falta de visão da situação das pessoas, não percebem a perdição e necessidade das pessoas; (2) falta de compaixão pela situação das pessoas, estão endurecidos e preocupados consigo mesmos; e (3) falta de identificação com a situação das pessoas, acham que não é problema seu. Contudo, Jesus leva seus seguidores a contemplarem, a se compadecerem e se importarem com a situação calamitosa em que as pessoas se encontram, e sobre tudo, ordena a rogarem para que Deus providencie o meio para a resolução desta situação.

CONCLUSÃO

Finalmente, quando se roga a Deus por obreiros, os principais meios de fazer missões estão envolvidos, pois, um tem que “orar” para outro “ir”, e Deus move outro a “contribuir” para poder enviar. Muitos avivamentos poderiam ser citados como exemplos da eficácia da oração em missões. Muitos outros obreiros foram enviados por Deus quando oravam para Deus enviar. Portanto, comece orando, e Deus pode fazer com que logo esteja intensamente trabalhando. Faça de sua oração um meio eficaz de fazer missões.
Por J. S. Figueiredo

Um comentário:

Anônimo disse...

Bem pertinente a reflexão, que Deus continue a lhe usar na sua obra ministerial.