terça-feira, 14 de outubro de 2008

O DESAFIO DA PREGAÇÃO NA PÓS-MODERNIDADE (parte 2)

Cedendo lugar ao Experimentalismo

O pressuposto filosófico do catolicismo é que a igreja detém a verdade. Graças a Deus, a Reforma tirou este pressuposto e o colocou na Bíblia, ou seja, a Bíblia detém a verdade, interpretada pelo crente regenerado pelo Espírito Santo. Sendo desta forma, Roma deixou de ter a palavra final em matéria de interpretação. Só que esta postura tem sido mudada pelo experimentalismo, que tem pulverizado a interpretação, colocando a palavra final não mais na Bíblia, mas no crente, isto é, o crente detém a verdade. A qual, não mais vem da Bíblia, e sim, através de sonhos e interpretações na base de “o Senhor me revelou”. Há aqueles que não se importam para o que a Bíblia diz, pois, segundo as mesmas, elas conversam pessoalmente com Jesus. Em seus cultos não há mais espaço para a pregação da palavra, pois cada um tem um “Testemunho” ou uma “revelação” que recebera a noite anterior, e assim se dá mais importância e valor às experiências do que na Palavra de Deus propriamente dita. A diversidade de interpretações, até mesmo aquelas aberrações, partem da seguinte frase: “O Espírito me falou” ou “Deus me revelou”, essas são expressões comuns para que os ouvintes não tenham dúvidas nenhuma de que tal “irmão”, de fato, teve uma revelação. Os que defendem este tipo de comportamento, dizem que Deus ainda se revela a nós da mesma forma como Ele fazia no Novo e Velho Testamento, ou seja, através de sonhos, visões, revelações e até por manifestações miraculosas do Espírito Santo.

Nada nas Escrituras indica que as coisas que aconteceram na era dos profetas e apóstolos deveriam ocorrer em eras subseqüentes. Nem a Bíblia exorta o crente a buscar manifestações miraculosas do Espírito Santo. Em todas as epístolas neotestamentares, há apenas cinco ordens relacionadas aos crentes e ao Espírito Santo, as quais são:

1. “ não apagueis o Espírito” (I Tes. 5:19)
2. “Andai no Espírito” (Gl. 5:25)
3. “Orai no Espírito” (Judas 20)
4. “Enchei-vos do Espírito” (Ef:5:18)
5. “Não entristeçais o Espírito” (Ef. 4:30)

Como se pode ver, não há no Novo Testamento nenhuma ordem para buscar visões, revelações ou milagres miraculosos do Espírito Santo. Não estou dizendo que o Espírito Santo não realiza nenhum feito miraculoso, Ele o faz, e o maior deles é convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo, e fazendo isto, muitas almas têm sido miraculosamente salvas da perdição eterna. É claro que há pessoas que foram e ainda são curadas pelo poder de Deus, mas o que se ver nestes lugares são coisas que vão contrárias a palavra de Deus, e a pregação de Sua palavra está cada vez mais sendo esquecida nos púlpitos das igrejas.

Bem falou Lutero quando escreveu, a quase quinhentos anos atrás: “Quão horrível é ser um pastor e pregador e não pregar a palavra que é o maior e único dever e obrigação. Quão sério será para eles prestar contas por muitas almas que devem perecer pela falta de pregação na igreja”.

Temos que ter muito cuidado para que não caiamos neste perigo: o de dá margem para essas coisas em nossas igrejas em detrimento da Palavra.
Postado por Elias Lima

Um comentário:

Miller disse...

Realmente é um grande perigo, afasta-se da palavra em razão de outra coisa qualquer, já que a Palavra de Deus é a única expressão da verdade absoluta na qual Deus se revelou e se revela aos homens. Quando o homem abandona a Bíblia, necessáriamente, se afasta de Deus, já que há só um caminho para se chegar ao Pai: Jesus - e Ele testemunhou, dizendo que a Tua Palavra é a verdade. Se é a verdade, porque não aceitá-la como ela é?