sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O DESAFIO DA PREGAÇÃO NA PÓS-MODERNIDADE (Parte 1)

Cedendo lugar ao Pragmatismo

O movimento pragmatista propriamente dito teve origem nos Estados Unidos, no final do século XIX, em torno de quatro figuras fundamentais: Charles Sanders Peirce, William James, Ferdinand Canning Scott Schiller e John Dewey. A orientação pragmatista, contudo, está presente em outras correntes filosóficas. Aparece como tendência no pensamento de Friedrich Nietzsche – em sua teoria sobre a "utilidade e o prejuízo da história para a vida" e na concepção da verdade como "equivalente ao que é útil para a espécie e para sua conservação" – e nos movimentos anti-intelectualistas de Henri Bergson, Maurice Édouard Blondel e Oswald Spengler, já no século XX. A rigor, o pragmatismo americano começou a tomar forma nas reuniões do Clube Metafísico de Boston, que existiu entre 1872 e 1874 e ao qual pertenciam, entre outros, Peirce, James, F. E. Abbot e Chauncey Wright. No entanto, foi só em 1907, com a publicação de uma coleção de preleções intitulada Pragmatismo: Uma Nova Nomenclatura para algumas Velhas formas de Pensar, escritas por William James, que o nome foi dado e moldado à nova filosofia.

A teoria pragmática da verdade sustenta que o critério de verdade está nos efeitos e conseqüências de uma idéia, em sua eficácia, em seu êxito, no que depende, portanto, da concretização dos resultados que se espera obter. Verdadeiro e falso são, portanto, sinônimos de bom e mau, valores lógicos que têm caráter prático e só na prática encontram significado. Aqui temos uma clara rejeição aos absolutos – certo e errado, bem e mal, verdade e erro. O pragmatismo define a verdade como aquilo que é útil, significativo e benéfico. As idéias que não parecem úteis ou relevantes são rejeitadas como sendo falsas, como bem escreveu MacArthur, em seu livro Com Vergonha do Evangelho.

Pois bem, este tipo de filosofia tem adentrado na assim chamada “igreja contemporânea”, onde parece que tudo estar na moda, exceto a pregação bíblica. Rubem Amorese descreve isto muito bem, quando escreveu que o pastor, diante deste quadro e se ele quer seguir o pragmatismo, então precisa estar constantemente atualizado sobre as novas tendências litúrgicas, para poder oferecer aos seus membros o que há de mais moderno e atraente. Em outras palavras, ele precisa manter-se “na crista da onda”, ou seja, se a “onda” é tremer, vamos tremer; se é dente de ouro, vamos possuí-lo; se é palestras sobre marketing; vamos ter várias palestras em busca de técnicas que ajudem no crescimento da igreja; se os jovens gostam de música bem ritmada e pouco compromisso, o caminho então, como um pastor já tem dito: “é o pastor botar um boné na cabeça e transformar o culto num sambão evangélico ou num show de auditório. Hoje, muitos “crentes” (Deus o sabe) querem algo sensacionalista, que possa lhes promover entretenimento, que lhes massageie o ego. È por isso que não poucos pregadores, temem em pregar a palavra tal como ela é, pois temem ofender as pessoas. Então os mesmos estão pregando (quando pregam) uma mensagem sem sabor, e sem o poder e autoridade que vem do alto.

Os membros, deste tipo de igreja, querem pregadores que lhes prometam sucesso e prosperidade. Eles são dirigidos por seus desejos sensuais. Eles querem pular pra cima e pra baixo, correr ao redor e se sentir bem... ou sentir bem acerca de si mesmos. Os ouvintes convidam e entalham os seus próprios pregadores. Se o povo deseja adorar um bezerro, um ministro fazedor de bezerros é facilmente encontrado.

A razão específica porque muitas igrejas contemporâneas abraçam a metodologia pragmática é por que lhes falta qualquer noção da soberania de Deus na salvação dos eleitos. Elas já perderam a confiança no poder de Deus em usar a pregação do evangelho a fim de alcançar incrédulos endurecidos de coração. É por isso que abordam o evangelismo como uma questão de marketing e moldam a sua metodologia de acordo com este.

Postado por Elias Lima

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