segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A Obediência na Pregação traz verdadeiras conversões. Jn 3

Uma ênfase exacerbada no evangelismo tem trazido muitos danos a igreja cristã. Há um grande numero de igrejas superlotadas à procura de sinais, milagres, curas, línguas, etc.


A cada ano o IBGE atesta o crescimento da igreja evangélica. Contudo, o que vemos é a ascendência de um grupo de pessoas que abandonaram os princípios essenciais da fé evangélica. A conversão, para esses grupos, não passa de uma experiência mística que deve ser fortalecida a cada semana através de sinais extraordinários. Para outros grupos a conversão é a mudança da vida financeira, a melhora nos problemas pessoais, familiares.


Menos pessoas entendem o que significa a conversão como ensinada nas escrituras. Assim, o que é conversão de pecados? O que é necessário para haver conversão verdadeira?

A obediência do pregador v. 1-3

Após toda a experiência de Jonas, finalmente se reconciliou com Deus. A aflição traz alguns benefícios: nos reduz ao lugar de onde desertamos. Sl 119: 71 “foi-me bom ter passado por aflição, para que aprendesse os teus decretos”. Veja a graça divina trabalhando com a aflição. Veja a responsabilidade de todos aqueles para o qual a palavra de Deus vem. Jonas levantou-se imediatamente e foi pregar em Nínive segundo a palavra de Deus. Os servos de Deus devem ir aonde ele envia.


Jonas não era um pregador conhecido ou poderoso naquele país. O profeta não realizou nenhum sinal grandioso, ou fez milagres para o povo se converter. Nem ao menos citou a profecia que o tinha consagrado e tornado uma pessoa conhecida em seu país. Ao contrário, Jonas chegou em Nínive física e espiritualmente humilhado. Os ácidos gástricos haviam queimado a pele e rosto de Jonas, o que o tornava asqueroso e repelente, não atrativo. O episódio no grande peixe tinha deixado o profeta confiante somente em Deus.


Jonas chegou a contra gosto, pregando uma mensagem que não queria. Devemos lembrar que o profeta não queria que o povo se convertesse, assim temos um pregador falando sem motivação, entusiasmo, e esperança de sucesso nos seus sermões.


Contudo, Jonas foi fiel a mensagem de Deus. Apesar de todas essas contrariedades no coração do profeta, ele foi fiel e anunciou o evangelho. “Levantou-se .... começou a percorrer a cidade.... e pregava” 3-4.


A obediência de Jonas nos lembra o que se requer do despenseiro é que seja achado fiel - 1 Cor 4:2. “ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel”. É necessário obediência de ir para levar as boas novas – Rm 10:17. “e como pregarão, não foram enviados? Como está escrito: quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas”. Deus valoriza não a aparência ou poder do pregador, mas sua obediência.

A supremacia da pregação – v. 4-9

Jonas entregou uma mensagem, aparentemente simples: “ainda 40 dias e Nínive será destruída”. Ele foi enviado como um arauto na iminência de uma guerra. Jonas saiu a percorrer uma cidade que era grande e principal do mundo gentílico da época.


Deus já havia mostrado sua graça para cidades pecaminosas como Sodoma e Gomorra, Tiro e Sidom, e agora queria mostrar sua misericórdia a Nínive. Porque Deus escolheu essa cidade e não Társis ou Jope não é dito, apenas devemos obedecer onde Ele mandar. Não devemos encher Deus de perguntas quando não temos como compreender as respostas. Apenas pregue.


O conteúdo da mensagem de Jonas era o mesmo: denunciar a maldade dos homens de Nínive como tendo incomodado tanto Deus que ele desceria para puni-los. Deus não muda, nem a sua palavra.


A demonstração de arrependimento dos ninivitas é até cômica, mas muito sincera: cobrir os animais com as mesmas roupas que eles usariam e nem um deles deveria comer ou beber. Imagine os ninivitas correndo atrás dos animais para que não fossem para os riachos ou comer gramas; uma vez que não havia currais, eles tiveram muito trabalho. A demonstração de fé nos novos convertidos é ao mesmo tempo sincera e engraçada.


Essa atitude era comum em velórios e funerais: roupas desconfortáveis, jejum, sentar-se sobre cinzas – E.g. Jó quando soube das desgraças, das perdas dos filhos e seus bens. Eles queriam comunicar o seguinte: “igual a tristeza de um funeral é a tristeza de saber que nossos pecados estavam causando em Deus”.


Jesus interpreta que os ninivitas serão, um dia, testemunhas contra os que não creram Mateus 12:41 “Ninivitas se levantarão, no Juízo, com esta geração e a condenarão; porque se arrependeram com a pregação de Jonas”.


Os ninivitas clamaram a Deus: “quem sabe se voltará Deus, e se arrependerá, e se apartará do furor da sua ira, de sorte que não pereçamos”. A verdadeira pregação leva o homem a Deus, pois este está perdido, inimigo de Deus.


A pregação que salva continua a mesma dos dias de Jonas: advertir sobre a ira/justiça de Deus e o arrependimento. A pregação não deve ser substituída por gostos modernos – 1 Coríntios 1:18, 21-25. A pregação autêntica traz os verdadeiros frutos – aqueles que são de Deus virão – no livro “alimentando ovelhas ou entretendo bodes” Spurgeon diz: ‘O diabo tem raramente feito alguma coisa mais sagaz do que sugerir à igreja que parte da sua missão consiste em proporcionar entretenimento ao povo, com vistas a ganha-lo... em primeiro lugar nas escrituras é dito que prover divertimento para as pessoas não é função da igreja. Se isso fosse função da igreja, por que Cristo não falou sobre isso?... Deus chamou pastores, missionários, mestres para o ministério. Onde se incluem os que entretêm pessoas?... Se Cristo tivesse introduzido mais elemento festivos e agradáveis à sua missão, ele teria sido mais popular, quando as pessoas se afastavam dEle por causa da natureza perscrutadora e penetrante do seu ensino. Mas eu não O ouço dizendo: ‘corre atrás destas pessoas, Pedro, e diga a elas que teremos um estilo de culto diferente amanhã, algo mais breve e atrativo, com pouca pregação...’ Jesus se compadecia dos pecadores, preocupava-se e chorava por eles, mas nunca procurou diverti-los’.

Misericórdia de Deus - v. 10

Deus viu o arrependimento dos ninivitas e então se arrependeu do mal que disse que faria. Não quer dizer que Deus mudou no seu ser. A bíblia afirma que Deus é imutável. Deus é imutável no seu ser: Nm 23:19 “Deus não é homem para que minta; nem filho do homem para que se arrependa”. Deus é imutável nos seus planos: Jó 23: 13-14; “pois ele cumprirá o que está ordenado a meu respeito e muitas coisas como estas ainda tem consigo” 42:2; “Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado”. Pv 19: 21. Deus é imutável nas suas promessas: 2 Tm 2:13 “Se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de modo nenhum pode negar-se a si mesmo”. Deus é imutável nos seus atributos: Amor – Jr. 31:3; “de longe se me deixou ver o Senhor, dizendo: com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí”. Verdade – Sl 119: 89; “Para sempre ó Senhor, está firmada a tua palavra no céu” Lc 21: 33; Misericórdia – Ml 3:6 “Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos”.


A Bíblia afirma que Deus é móvel, i.e. não uma estátua. Deus resolve tomar uma de duas decisões se suas criaturas seguirem determinado caminho. Deus muda quando suas promessas ou ameaças são condicionadas à obediência do homem. “Se” 2 Crônicas 7:14 “Se o meu povo que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei do céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra”. Deuteronômio 28: 2, 15 “Se ouvires a voz do Senhor, teu Deus, virão sobre ti e te alcançarão todas estas bênçãos .... Se porém não deres ouvidos à voz do Senhor, teu Deus, .... então virão todas estas maldições sobre ti e te alcançarão...”. Não é uma mudança no ser de Deus, mas uma escolha que Ele dá ao homem, e baseado nessa escolha Ele toma sua decisão. Ele dá oportunidade do homem escolher entre a sua justiça e a sua misericórdia.



Postado por Francimar Lima

Um comentário:

Miller disse...

Existe um hino do Logos que diz: "eu sinto verdadeiro espanto em meu coração em constatar que o evangelho já mudou". Sou do interior, mas cada vez que vou a uma cidade grande fico abismado com o que vejo e noto com tristeza que as igrejas que se preocupam com a pregação da palavra estão diminuindo. Mas graças a Deus porque ainda existe algumas que têm como objetivo a pregação do autêntico Evangelho - o preocupado com as almas, não com as riquezas, prosperidade e etc, que deve está em segundo plano, não em primeiro.