terça-feira, 30 de março de 2010

LIÇÕES SOBRE O AMOR EM CANTARES: A FIDELIDADE

A história da Sulamita contada no Cântico é muito mais do que uma história de amor. É um verdadeiro exemplo de fidelidade desta jovem ao seu amado. Afastada de seu pastor, provavelmente, por conta de intrigas ligadas à sucessão real, esta princesa foi levada ao palácio de Salomão e ficou confinada ao numeroso harém do grande rei de Israel. Salomão amou esta bela jovem desde a primeira vez que a viu e tentou conquistar o seu coração de todas as formas, tentou comprar o seu amor com presentes e honrarias (1:12; 8:7) , mas a Sulamita não cedeu às investidas de Salomão. A razão dessa recusa é simples: o seu coração já pertencia a outro, tratava-se de um humilde pastor com quem, à sombra dos vinhedos, ela fizera juras de amor eterno. A verdade é que a Sulamita jamais se entregou ao rei de Israel. Como o seu amado morava nos arredores do, às vezes, o casal se encontrava em secreto (3:4). Em um desses encontros, inclusive, ela foi surpreendida e espancada pelos guardas do muro que vigiavam o harém real (5:7). No final do cântico, de forma inexplicável, a Sulamita deixa o palácio para entregar-se ao seu amado. O pastor louva a fidelidade de sua amada, ressaltando a sua confiança nela. As palavras da Sulamita são um verdadeiro poema sobre a fidelidade no amor conjugal. Em um tom solene ela declara: “Eu sou um muro, e os meus seios como as suas torres; sendo assim, fui tida por digna da confiança da minha amada” (8:10). A metáfora do murro é empregada para transmitir a ideia de firmeza, persistência e, provavelmente seja uma alusão à virgindade da sulamita.

A história da Sulamita é uma bela ilustração para o amor conjugal. Ele significa que há um pacto de fidelidade entre os amantes, pacto que em hipótese alguma deve ser rompido. Amar significa unir-se em um pacto de fidelidade com a pessoa amada. Há uma tendência bastante equivocada no sentido de restringir a fidelidade conjugal ao aspecto sexual. É um absurdo pensar que o vínculo de fidelidade aplica-se apenas a essa área. Na verdade, a fidelidade conjugal refere-se a todas as áreas da vida. Considerando que o enlace matrimonial é uma entrega total, não há como deixar nenhuma área da vida conjugal fora da abrangência do princípio de fidelidade, por mais insignificante que ela possa parecer. O pacto de fidelidade que é feito durante a cerimônia matrimonial não é quebrado apenas se um dos cônjuges incorrer em adultério. No casamento, a fidelidade e a felicidade andam de mãos dadas. Isso significa que se um dos conjugues não está empregando todos os esforços para tornar o outro feliz, não está sendo fiel ao pacto contraído publicamente.

A fidelidade também implica em responsabilidade. A promessa de proteger e cuidar do cônjuge não deve ser entendida apenas como uma declaração sentimental, mas como a expressão de um compromisso que deve ser colocado em prática durante a vida matrimonial.



Postado por J. Marques

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